domingo, 9 de outubro de 2011

Dançar em tudo...



    Essa minha mania de meter dança em tudo não é de hoje!!!                  
    


Dança do Acasalamento
E se eu estivesse no lugar perfeito na hora certa
Se através do meu silêncio alguma força maior pudesse
Decifrar o ruído ou transformar os garranchos em notas
musicais
A essência extraída apurando os sentidos
Pra deixar o fluxo da vida
Correndo pelas veias entupidas
Rompante como a foice contra os galhos
A felicidade é um paraíso pintado num quebra-cabeças
Espalhado pelo vento
Uma desculpa perfeita pra ser desastrado
Na dança do acasalamento
Meu tesão forjado nas madrugadas geladas
Se juntando ao bando de aves aleijadas
Que esperam o sono chegar
Nas janelas fechadas
Porque na rua já não há mais nada

Apenas músicas que eu não entendo
E não sei dançar
E a zombaria do vento
Sobre o meu azar

           
       



domingo, 18 de setembro de 2011

Mais Um Naufrago

Minha escrita é apenas uma terapia arremedando arte,com pretensões de poesia,sonhando em ser música.
Como não sei compor um blues na hora de lamentar ou qualquer gênero musical pra sentimentos diferentes
eu resolvi fazer blog. Mais um naufrago colocando mensagens em garrafas pra lançá-las ao mar.
Tão minúsculo na vastidão virtual,que se não fosse o simples prazer de escrever não teria um porquê.


                                                           
                                   



sexta-feira, 15 de abril de 2011

A Furia Já era Fúria

            
            sempre há algo que se prepara...
            o lobo
           de repente
           abrir a ameaça da boca
           e trazer à tona
           a impiedade do dente
                                  
             a fúria já era fúria
           antes de enfurecer-se
           é cansaço que se levanta
           do invisível do seu latente
             
          há um ponto de esgotamento
          que se ergue como surpresa
          diante da arrogância
          da fragilidade da presa

          há uma vingança que se futura
          pela quietude da noite escura... 

          ás vezes 
          é no cair tranquilo
          de uma tarde clara
          que a tempestade se prepara...
  
           .
           
                









                                                        Creditos e links:

Texto tirado do blog "O Fim"
do poeta e contista Alessandro Reiffer

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Jardim dos Cogumelos

                               


             Eu vi o sol nascendo num gesto obsceno
             Que o mar me mandou misturando visão e cegueira
             Canaviais do paraíso
             Solitários elefantes brancos lotando as praças públicas
             Com  o trágico gás do riso
             A escassez que prospera na fartura
             Dança dos operários nas áreas de risco
             O atrito das picaretas na rapadura
             Compõe a musica sem partitura do barbarismo
          
            Na areia da praia mais vale fazer um buraco do que um castelo
            Aspirando a fumaça do mapa queimado
            Nuvem na cabeça e sombras do passado
            Quando o pesadelo era só um boato
            E o sonho num futuro romantizado
            Acolhendo os desejos no encaixe perfeito do travesseiro
            Qual tapete estendido
            Pode ser lembrado no aroma dos livros antigos

            Quando a mente hospeda os fungos do saudosismo
            O Jardim dos Cogumelos é o refúgio desta época
            Sem distinção entre banheiro e biblioteca
            Desembocando segredos nas aguas impuras que borbulham desprezo
            Montros marinhos de uma literatura deformada pelo tempo
            Adornos do abismo são navios naufragados
            Do iluminismo iletrado
            Do sorriso desdentado de um velho sem compromisso
            Com este presente que deturpa o sol nascente
      

                                                    
                                          Atitudes
               Praqueles que acham que hoje deveria ser um dia normal, a vida tem o prazer de contrariar com sua didática propositamente confusa,onde a ilusão da fluência adormece os nossos instintos básicos de sobrevivência e o desafio se apresenta como uma grata surpresa disfarçada de tragédia.De fato somos     jogados na arena sem armas visíveis,para que possamos desenvolver os nossos instintos de uma maneira
menos óbvia e enquanto tentamos entender o jogo somos lançados nos trilhos do trem da história.
              É neste momento que a atitude nos toma e as cortinas da janela são tranformadas em tapete pros  que conseguem ver o providencial no imprevisto e do ato que descontempla ação surge o fogo rompante que faz a forja que a essência do guerreiro almeja.


                

sexta-feira, 25 de março de 2011

Baluarte da Infamia

      
        Tente entender o que não foi escrito e o escuro vai iluminar o caminho ignorado pela sabedoria,onde a lata de lixo convida pro garimpo tardio pelo tesouro decomposto das palavras perdidas na sombra da consciência.
        Resgatando na saliva o fragmento de voz que faz diferença no mar da incerteza,pra devolver a coceira das palavras onde a resposta vaga sem norte na bruma lúdica da desconquista pra dança das ideias se perpetuar no vórtice mágico do sonho aberracional
que transforma os fatos em versões alternativas da realidade!
        A clareza do breu  mental  é a conversa balbuciante do sentido com a estupidez colocando os pingos nos ipsilons,pra surpresa dos pontos finais.
            


                              Descaminho


            Se os meus olhos vadios
                   Atravessam os portões além do vazio
                   Esbarram nas cores do desconhecido
                   Matando saudade do não acontecido
                   Digo eu então
                   Que o caminho das pedras foi invertido
                   Desastrada mão do acaso
                   Por isso o descontento ao mergulhar no raso
                   Seja o bafo desdenhoso dos acomodados
                   Minha motivação pra vagar na contramão
                   E a hostil frieza do chão
                   A razão dos voos que faço
                   Em busca de um hoje que se perdeu
                   No desvio das setas que mentem
                   E na porta do presente não bateu.