Eu vi o sol nascendo num gesto obsceno
Que o mar me mandou misturando visão e cegueira
Canaviais do paraíso
Solitários elefantes brancos lotando as praças públicas
Com o trágico gás do riso
A escassez que prospera na fartura
Dança dos operários nas áreas de risco
O atrito das picaretas na rapadura
Compõe a musica sem partitura do barbarismo
Na areia da praia mais vale fazer um buraco do que um castelo
Aspirando a fumaça do mapa queimado
Nuvem na cabeça e sombras do passado
Quando o pesadelo era só um boato
E o sonho num futuro romantizado
Acolhendo os desejos no encaixe perfeito do travesseiro
Qual tapete estendido
Pode ser lembrado no aroma dos livros antigos
Quando a mente hospeda os fungos do saudosismo
O Jardim dos Cogumelos é o refúgio desta época
Sem distinção entre banheiro e biblioteca
Desembocando segredos nas aguas impuras que borbulham desprezo
Montros marinhos de uma literatura deformada pelo tempo
Adornos do abismo são navios naufragados
Do iluminismo iletrado
Do sorriso desdentado de um velho sem compromisso
Com este presente que deturpa o sol nascente
Atitudes Praqueles que acham que hoje deveria ser um dia normal, a vida tem o prazer de contrariar com sua didática propositamente confusa,onde a ilusão da fluência adormece os nossos instintos básicos de sobrevivência e o desafio se apresenta como uma grata surpresa disfarçada de tragédia.De fato somos jogados na arena sem armas visíveis,para que possamos desenvolver os nossos instintos de uma maneira
menos óbvia e enquanto tentamos entender o jogo somos lançados nos trilhos do trem da história.
É neste momento que a atitude nos toma e as cortinas da janela são tranformadas em tapete pros que conseguem ver o providencial no imprevisto e do ato que descontempla ação surge o fogo rompante que faz a forja que a essência do guerreiro almeja.